O estranho caso de Juan Ayuso

 Juan Ayuso iniciou a sua carreira muito forte, na sua estreia em grandes voltas, na Vuelta de 2022 ficou em terceiro lugar, aos 20 anos, um ano depois de ter feito uma temporada de sub23 fora do normal, onde venceu todas as camisolas do Baby Giro de 2021, e 3 etapas. Mas desde ai os resultados, apesar de positivos, não traduzem o potencial que lhe era atribuido nessa fase. O que correu mal com o espanhol? 

Era de perspetivar que nesta altura Juan Ayuso ja podesse ter mais vitórias, mas a nível WorldTour apenas o conseguiu na Volta ao Pais Basco do ano passado, e nas circunstâncias que todos sabemos, daquela etapa onde os favoritos tiveram de abandonar incluindo Jonas Vingegaard e Remco Evenepoel. Vamos percebendo o seu temperamento, que devera ter sido formado na fase inicial da sua carreira, numa altura onde não tinha competição à sua altura, a verdade é que dentro da própria equipa da UAE Emirates, nesta altura, há ciclistas que estão num nivel acima, e dentro da hierarquia estará a ficar para trás pois não dá garantias de um trabalho em equipa. 

Está previsto estar no Giro ao lado de Adam Yates, será interessante ver a dinâmica entre os dois. O britânico ja provou mais que uma vez que sabe correr em equipa, seja ou não com Pogačar, mas Ayuso não. Vai ser um teste de "fogo" para o jovem que poderá não estar presente em mais nenhuma grande Volta este ano. Ha até a sensação que Pogačar não quer a presença do espanhol nas mesma corridas que ele. 

Será possivel uma mudança de equipa? Não é fácil gerir tantos egos como os que existem numa equipa como a UAE e neste momento há alguns ciclistas há sua frente na hierarquia das Grandes Voltas, para além de Pogačar, Joao Almeida e Adam Yates estão nessa situação e há outros ciclistas a emergir como Isaac del Toro e Pablo Torres, por isso o espaço fica curto. No caso de mudança de equipa vejo 2 soluções, Movistar e INEOS. 

A Movistar por ser espanhola , ia fazer com que se podesse sentir mais "em casa" e também por apenas existir um líder para as Grandes Voltas como Enric Mas, havia espaço para ser líder. A equipa de Eusébio Unzué atravessa um bom momento,  e já garantiu praticamente a licença WorldTour por mais 3 anos. Na minha opinião erraram ao não contratar Ayuso quando este foi para a UAE, mas acredito também que financeiramente tenha compensado. Nesta altura desportivamente presumo que iria ser bom para ambas as partes. 

A INEOS desde 2021 que não vence uma grande volta, eles que dominaram nesse aspeto nos 10 anos anteriores e dentro do plantel atual não tem ninguém que dê garantias de tal num futuro próximo, Ayuso apesar de tudo dá essas garantias, especialmente se for lider indiscutível, algo que poderia ter na equipa Britânica, onde poderia formar uma dupla temivel com o seu compatriota Carlos Rodriguez. O dinheiro não deverá ser problema, e dentro dos ciclistas que poderão vencer grandes voltas nos proximos anos a INEOS poderá investir e pagar alguma eventual rescisão de contrato. Gostava de ver esta transferência concretizada. 

E na opinião dos nossos seguidores?


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